HISTÓRIA DA AROMATERAPIA
Aromaterapia (do grego therapeia = tratamento, e aroma = fragrância) é “uma antiga arte e ciência de misturar óleos essenciais extraídos de plantas e outros compostos vegetais, para equilibrar, harmonizar e promover a saúde do corpo e da mente.” Esta é a definição da International Federation of Aromatherapists (IFA), a Entidade Profissional para aromaterapeutas a nível mundial, criada em 1985.

O termo “aromaterapia” foi utilizado pela primeira vez - e cunhado - em 1928 pelo químico francês René-Maurice Gattefossé, num artigo onde defendia uma teoria inovadora: a utilização de óleos essenciais no seu todo, sem os decompor nos seus constituintes primários, é mais eficaz. “O todo é maior do que a soma das suas partes", afirmou.
No final do século XIX, a indústria da perfumaria estava em rápido crescimento, recorrendo quase inteiramente a essências naturais. Gattefossé trabalhava com os seus irmãos no bem-sucedido negócio familiar de produção e utilização de óleos essenciais (e outros materiais) para perfumes e produtos farmacêuticos.
Em 1910, curiosamente no dia em que o seu filho (Henri-Marcel) nasceu, um acidente de laboratório fê-lo mudar o foco da sua pesquisa exclusivamente para a utilização terapêutica dos óleos: depois de queimar o braço com alguma gravidade, na tentativa de apagar o fogo, mergulhou o braço num barril de óleo de lavanda, por ser o líquido que estava mais próximo. Rapidamente, ocorreu o alívio da dor, e a queimadura curou, sem a ocorrência dos habituais sintomas, como vermelhidão, calor, inflamação, bolhas ou cicatrizes (Lichtinger, 2006).
"Extingui (o fogo) ao rebolar num relvado, as minhas mãos ficaram cobertas com uma gangrena gasosa (um tipo de gangrena grave) em rápido desenvolvimento.
Apenas uma lavagem com essência de lavanda impediu “a gaseificação do tecido”.
Este tratamento foi seguido de suor profuso e a cura começou no dia seguinte”
René-Maurice Gattefossé
Fascinado pelo potencial terapêutico dos óleos essenciais, Gattefossé trabalhou com vários investigadores em hospitais e universidades de diversos países, desenvolvendo produtos farmacêuticos, cosméticos e de cuidados pessoais.
Durante a Primeira Guerra Mundial, quando trabalhava nos hospitais militares, utilizou óleos essenciais - de lavanda, tomilho, limão e cravinho - para tratar soldados, confirmando que as suas propriedades antissépticas eram mais eficazes do que as alternativas comummente utilizadas na época.
Em 1937, Gattefossé publica Aromathérapie: Les Huiles essentielles hormones végétales, obra que continua a ser uma referência na área, e que reúne as suas publicações anteriores sobre a vertente terapêutica dos óleos essenciais, assim como relatórios sobre observações clínicas feitas em hospitais, em particular pelos médicos Jonquières e Gaté.
Apesar de ter sido apenas no século XX que ocorreu a estruturação teórica da aromaterapia enquanto ciência, os óleos essenciais são utilizados há milhares de anos, pela maioria das antigas civilizações - Egito, China, Índia, Grécia e Roma - e para as mais diversas finalidades.