Imunidade – o papel da alimentação
Autor: Ana Jorge (Nutrihealth Coach na Sublime Care)
Quando falamos de alimentação e imunidade rapidamente nos ocorre que a vitamina C faz bem, e que provavelmente deveríamos tomar um suplemento de zinco, ou até de selénio, porque ouvimos dizer que podem ajudar.
De facto, existem vitaminas e minerais que têm um papel específico no que diz respeito ao nosso sistema imunitário, e que devem ser incluídos/reforçados em situações de necessidade, tal como a que vivemos nos dias de hoje.
Contudo, existem outras ações, tanto ou mais importantes, que devemos ter em conta antes de ir a correr comprar um suplemento. Trata-se de limpar a casa, antes de ir comprar mobília nova.
Assim, para reforçar o seu sistema imunitário, comece por adotar os seguintes comportamentos.
1. REDUZIR O CONSUMO DE ALIMENTOS QUE COMPROMETEM O SISTEMA IMUNITÁRIO:
Falamos essencialmente de reduzir o consumo de alimentos ricos em açúcar e gorduras saturadas e processadas. No fundo, é dar prioridade a alimentos frescos e naturais, ou pouco processados;
Com o stress do confinamento, o consumo de substâncias tais como o tabaco e o álcool têm tendência para aumentar, e acabamos por prejudicar o nosso sistema imunitário, em vez de o favorecer. Tenha em atenção a quantidade, e pondere reduzir o seu consumo;
O consumo de substâncias que aumentem os níveis de ansiedade deve ser controlado, pelo que o consumo excessivo de café é desaconselhado, por contribuir para aumentar os nossos níveis de ansiedade, e também por inibir a absorção de nutrientes. Beba café e chá em moderação, e longe das refeições (preferencialmente, 2h após).
2. MANTER UM INTESTINO SAUDÁVEL

Sabia que além das suas funções na digestão e eliminação, o intestino tem um papel importante na nossa imunidade?
É verdade, ele contém 70 a 80% das células imunitárias do nosso corpo, sendo, em conjunto com a pele e as mucosas, a nossa 1ª LINHA DE DEFESA.
Nele habitam cerca de 100 mil milhões de bactérias que vivem em simbiose com o nosso organismo, numa relação de ajuda mútua.
Situações tais como o stress, uma alimentação desequilibrada, ou o consumo excessivo de medicamentos (por exemplo antibióticos) ou substâncias tóxicas, podem alterar esse equilíbrio e provocar o que se chama de disbiose (desequilíbrio da microbiota), prejudicando a integridade da barreira intestinal.
Para manter e assegurar a integridade do intestino devem ser consumidos diariamente dois tipos de alimentos: os prebióticos e os probióticos.
Prebióticos
Os prebióticos são fibras alimentares que servem de alimento às bactérias da microbiota. Contribuem para o crescimento e desenvolvimento da microbiota, para a energia e renovação das células da mucosa, e para o reforço da barreira intestinal.
Encontramo-los essencialmente nas frutas e legumes (ex: alho, cebola, bananas, aveia, grão).
Probióticos
Os Probióticos são as bactérias “boas” que têm como função reequilibrar a microbiota intestinal, contribuindo para um melhor trânsito e absorção intestinal, inibindo a adesão e o crescimento de agentes patogénicos, e reforçando o nosso sistema imunitário.